sexta-feira, 5 de março de 2010

É pra você...

Sempre me achei uma pessoa corajosa. Poucas coisas me metem medo nesta vida. Poucas pessoas também. E praquilo que me mete medo respondo metendo a cara, na maioria das vezes. Para uma mulher de 27 anos que já passei por coisas que mulheres nunca irão passar, algumas passaram e nem se levantaram mais, e eu estou aqui.
Sempre achei que não deveria depender de ninguém pra nada. Nem financeiramente, nem emocionalmente. Eu tinha que me bastar, dar conta do recado, morrer de exaustão até que tudo desse certo. Não me interessa se estou cansada, com sono, com fome, com medo, eu tenho que dar conta de tudo ao mesmo tempo agora.
Sempre corri atrás dos meus sonhos, e eles mudam a cada instante. Num dia quera ir pra fora do país viajar sem rumo, no outro quero curtir baladas e mais baladas com as amigas, no outro quero fazer outra faculdade, quero comprar um carro, uma casa, trocar de emprego e que esse de preferência me dê estabilidade.
Dentre de todos esses meus planos muitas vezes surge a vontade de ter um companheiro e uma família, uma vidinha tranqüila e pacata. Almoço dia de domingo, filminho sábado a tarde, mamadeiras, buscar criança na escola, filho-não pode fazer isso!, desce daí agora!, não me responde!....Supermercado, feira, contas a pagar, impostos da casa e do carro, risadas no meio da madrugada, cair de sono e ter que amamentar, ver meu corpo crescer com outra vida dentro, morrer de tanto malhar pra bunda não cair e o marido não trair.
E me parece que essas duas pessoas existentes em mim, como sonhos mil, nunca são coerentes. Não dá pra ter tudo isso, viver tudo o que EU quero em uma vida só.
Tem dias que a vontade de largar tudo, colocar todas as minhas coisas em uma mala e sair viajando pelo mundo é enorme, daí lembro que eu tenho coisas demais pra uma mala só. E o peso da cobrança vai ser enorme.
Quando vejo minhas amigas, que eram minhas companheiríssimas de baladas embalando seus filhos, criando, educando e amando, a invejinha branca vem me visitar. Daí penso logo em tudo que eu vivo e elas não. Em tudo que elas estão perdendo atadas aos seus casamentos, aos seus filhos, aos seus compromissos.
Mas será que quem perde são elas?
Ter alguém agora não é minha prioridade, muito menos alguém que me tolha, que me aprisione, que não me deixe voar. Sou alma solta, sem amarras. Pra estar comigo precisa ser o vento que me faz voar. E não a corda que me prende.
Quero tudo da vida, quero tanto e tão pouco.
Quero sentir o gosto da liberdade real, solta, leve.
Quero ser eu mesma mesmo sabendo que ainda não sei quem sou. Quero tudo ao mesmo tempo e agora!!!
Não sou de pedir nada pra ninguém, eu mesma exijo de mim!
Mas quero alguém que entenda que a minha liberdade não é libertinagem, é o caminho que eu escolhi de tentar ser um pouco de quem eu acho que sou.
Fato é que alguma coisa eu vou acabar perdendo.
Só não sei ainda oque eu quero perder, e acho que eu tenho o direito de escolher. Não se escolhe nada sem experimentar. Não se faz omelete sem quebrar ovos também.
Tenho medo das minhas escolhas....esse é o meu MAIOR medo
Medo do que eu não vou escolher
Medo de arrepender
Medo de não poder voltar atrás
Medo de não mais ter
Não vai ver
Não mais ser....
Medo de olhar pra trás e ver que eu fiz errado, que eu não fui feliz...
Medo de perder no jogo da vida
Medo de perder o caminho da felicidade
Medo de me perder em mim...

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